sexta-feira, 31 de maio de 2013

CRÍTICA - SE BEBER, NÃO CASE!: PARTE 3


No meio de tantas comédias com as temáticas semelhantes e cada vez mais cansativas, foi lançado em 2009 o filme "Se Beber, Não Case!", que contava com a presença de atores completamente desconhecidos pelo público, onde os mesmos se envolviam nas mais diversas e inusitadas situações na busca pelo noivo, que havia sumido após uma inusitada despedida de solteiro, na vespera de seu casamento. Em seu primeiro fim de semana, este se tornou a maior bilheteria de comédia proibida para menores de idade, com um orçamento de U$35 mil apenas. Consequentemente, ela tornou os então desconhecidos atores Bradley Cooper, Zack Galifianakis, Ed Helms, Justin Bartha e principalmente Ken Jeong, em grandes estrelas de Hollywood.

Dois anos depois foi lançada a segunda parte da série, mas a partir desta ela começou a mostrar que a premissa começou a cansar. Tendo noção do fato, o diretor Todd Phillips e o roteirista Craig Mazin (da série "Todo Mundo Em Pânico") decidiram mudar completamente os rumos da franquia no terceiro e último filme da franquia.


"Se Beber, Não Case!: Parte 3" começa a partir de uma rebelião em um presidio em Bangcoc, que resultou na fuga de Chow (Ken Jeong). Enquanto isso Alan (Zack Galifianakis) realiza um fatal acidente em uma estrada, custando vários prejuízos para o seu Pai Sid (Jeffrey Tambor, de "Super-Herói: O Filme"). Logo este acaba sofrendo uma parada cárdica fulminate e morre. Vendo aonde chegou à sanidade de Alan, seus familiares e amigos fazem uma intervenção, e decidem enviá-lo para uma clinica psiquiátrica. Então, o "bando de lobos" compostos por Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Doug (Justin Bartha) são então encarregados de levá-lo para a mesma. É então que no meio da estrada, eles são abordados pela quadrilha do traficante Marshall (John Goodman, de "Argo") que sequestra Doug, pedindo como resgate os U$21 milhões em ouro que Chow furtou dele. Os atores Ed Helms e Bradley Cooper apresentam aqui uma atuação no automático, mas não prejudica o humor apresentado pela produção em certos pontos, pois as situações são realmente muito engraçadas. Mas os destaques são as sequências protagonizadas por Galifianakis e Jeong, que demonstram possuir enorme química e entrosamento em cena.

É então que começam novamente as desventuras vividas pelo trio nas mais diversas cidades, que aqui são Tijuana no México, Los Angeles e voltando para Las Vegas, que conta com uma rápida aparição da prostituta Jade (Heater Graham, de "Boogie Nights") juntamente com o bebê do primeiro filme já crescido. Assim como uma divertida ponta da nova queridinha de Hollywood, Melissa McCarthy (de "Missão Madrinha de Casamento"). Mas um dos grandes problemas desta produção é a maldição das trilogias, aonde na grande maioria das vezes chega até a estragar a imagem de suas duas primeiras partes (como foi o caso de "Homem-Aranha"). Aqui isso acontece, pois o roteiro do filme peca excessivamente no humor negro e politicamente incorreto, demonstrando que as idéias estão se esgotando cada vez mais. O roteirista Craig Mazin, já demonstrou que entende de sátiras na série "Todo Mundo Em Pânico", e traz aqui um pouco desta sua qualidade, onde faz referencias a filmes como "Missão Impossível: Protocolo Fantasma" e "O Grande Lebowski", sendo que este é estrelado por John Goodman, no qual possui uma enorme atuação aqui e chega a roubar a cena quando aparece.


No final das contas "Se Beber, Não Case!: Parte 3", nos apresenta em seu desfecho uma enorme homenagem aos filmes anteriores da franquia, onde representa que desta vez a fórmula original poderia funcionar de uma maneira melhor e mais divertida.

sábado, 18 de maio de 2013

CRÍTICA - TERAPIA DE RISCO


Steven Soderbergh tem se demonstrado um grande diretor diferenciado, pois em todos os seus filmes ele simplesmente foca em trabalhar em roteiros inteligentes e com um elenco de primeira. Mas em quase todos eles, reconhecemos sua marca registrada somente por um simples fator: a fotografia pálida, acompanhadas sempre de um famoso jogo de câmeras que se assemelham muito a um documentário. Depois de possuir uma parceira bem sucessiva com o roteirista Scott Z. Burns em "Contágio", Soderbergh retorna sua parceria com este em "Terapia de Risco".

Diferente de "Contágio", este conta com a presença da indicada ao Oscar por "Os Homens Que Não Amavam As Mulheres" Rooney Mara, que nos apresenta mais uma grande atuação e deixa clara que será uma das futuras grandes atrizes de Hollywood. Aqui ela vive a jovem Emily Taylor que sofre sérias crises de depressão, durante o periodo em que o seu marido Martin (Channing Tatum, de "G.I. Joe: Retaliação") está saindo da prisão. É então nestes contra tempos que ela acaba se consultando primeiramente com a terapeuta Victoria Siebert (Catherine Zeta-Jones, de "Chicago"). Mas logo após cometer um acidente de carro, ela acaba sendo encaminhada ao famoso psiquiatra Jonathan Banks (Jude Law, de "Sherlock Holmes") que lhe recomenda diversas medicações antidepressivas. É então que devido a alguns efeitos colaterais Emily começa a se tornar sonâmbula, o que a faz mais tarde cometer um assassinato. É então dado inicio a uma complexa discussão, na qual ela tenta provar que o ocorrido foi graças ao medicamento receitado por Jonathan, fazendo a vida deste virar de ponta a cabeça.


Jude Law apresenta uma grande atuação, na qual não sabemos ao certo de que lado este está até a segunda parte da produção. O mesmo ocorre com Catherine, que apresenta uma excelente atuação aonde ganha mais destaque na segunda parte da trama. Scott conseguiu escrever um roteiro excelente na dosagem certa, pois no meio de tantas produções com premissas e desfechos semelhantes, este nos apresenta algo completamente diferente, sendo que há algumas reviravoltas no decorrer da trama que a deixam cada vez melhor. Mas seu principal foco é uma enorme crítica a corrupção que acerca as indústrias farmacêuticas, em uma sociedade cada vez mais problemática (algo que nos dias de hoje é completamente normal ver alguma pessoa passando por problemas psicológicos). 


Com base neste, Soderbergh realiza uma excelente direção, utilizando suas marcas registradas como de costume na primeira parte da fita. Já na segunda ele apela para algo mais diferenciado deste, e procura focar mais no realismo apresentado em cena. Assim, "Terapia de Risco" resulta em um excelente suspense e consegue se tornar um dos melhores filmes do ano (juntamente com "Em Transe"). Recomendo!!

domingo, 12 de maio de 2013

CRÍTICA - EM TRANSE


Danny Boyle demonstrou em seus últimos filmes, que consegue ser distinto em seus trabalhos. Confesso que comecei a admirar seus trabalhos não pelo grande vencedor do Oscar "Quem Quer Ser Um Milionário?", mas sim pelo grande "127 Horas", onde o filme todo era praticamente o personagem de James Franco com a mão presa em uma pedra no Grand Canion. Em seu último trabalho "Em Transe", Boyle teve que interromper seu processo de pós-produção, pois teve de filmar a abertura dos jogos olímpicos do ano passado. Mas isso não prejudicou em nada esta maravilhosa "obra de arte", pois ele realiza aqui ótimos jogos de cena onde devemos estar atentos a cada mínimo detalhe para não perder o rumo do que irá se passar nesta história.

O filme tem como ponto de partida o leiloeiro de obras de arte Simon (James McAvoy, de "X-Men: Primeira Classe"), que em um dia é alvo da gangue do ladrão de obras de arte Franck (Vincent Cassel de "Cisne Negro"). Mas ao proteger uma obra de arte deste, Simon acaba sofrendo uma pancada na cabeça que o deixa sem saber o que aconteceu naquele momento. Ao sair do hospital ele é capturado pela gangue de Franck, que começam a realizar várias torturas com o propósito que ele revele onde ele escondeu o tão valioso quadro. Tendo em vista de que ele sofreu mesmo uma amnésia, Franck decide procurar uma hipinotista a escolha de Simon. Este acaba escolhendo Elizabeth Lamb (Rosário Dawson de "Incontrolável"), dando inicio a um enorme jogo de gato e rato dentro da hipnose de cada personagem, na qual não falta sensualidade, suspense e muitas reviravoltas.


James McAvoy demonstra uma ótima atuação aqui, transpondo um personagem que começa a mudar de personalidade aos poucos. Sendo que ele possui uma ótima química com a atriz Rosário Dawson, que esbanje muita sensualidade em cena. Já sobre o ator Vincent Cassel, confesso que ele demonstra a muito tempo que seu nome está sempre relacionado a imagem de algum vilão. Mas isso não prejudica nada sua participação aqui, na qual realiza uma ótima química com James e Rosário.


Todos estes conseguem realizarem um ótimo trabalho graças ao diretor Danny Boyle, cujas comparações de "Em Transe" com o filme de Chistopher Nolan "A Origem" são inevitáveis, pois aqui ele explora de uma forma mais liberal o subconsciente humano, na qual em certos momentos não conseguimos distinguir o que é verdade ou mentira. Estas sequências ficaram ótimas graças ao trabalho das equipes de fotografia e trilha sonora, na qual utilizam melodias e tons distintos nas cenas, juntamente com a excelente montagem de Jon Harison que nos demonstra o que é passar por uma verdadeira hipnóse. Confesso que não vou contar muito mais sobre a trama, pois um dos pontos altos da trama são suas variadas reviravoltas, sendo que se quiser saber mais assista "Em Transe", que em minha opinião conseguiu ser um dos melhores filmes de 2013. Recomendo.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

CRÍTICA - SOMOS TÃO JOVENS


Quando acabou a projeção de "Somos Tão Jovens" o único sentimento pelo o qual eu senti foi o de indignação. Não porque a produção foi péssima, muito pelo contrário, pois foi extremamente divertida, mas devido aos músicos como Renato Russo que nunca mais irão existir em nosso país, pois a tendência musical ultimamente está só piorando, devido a bandas e estilos que só sabem idolatrar temas como traições, sexo e drogas. Levando em conta também que nosso último grande poeta Alexandre Magno Abraão (vulgo Chorão) se foi no último 6 de março, o Brasil ficou definitivamente sem grandes poetas vivos.
Como apresentado nesta produção, às músicas de Renato Russo sempre abordam os grandes problemas que a sociedade brasileira enfrentava nas décadas de 70 e 80, sem medo algum de sofrer com a censura da ditadura militar. As mesmas acabaram resultando em uma enorme legião de fãs por todo o país e pelo mundo afora. É justamente nesta época em que o filme foca, então não espere algo como "Cazuza - O Tempo Não Para".


Confesso que "Somos Tão Jovens" é na verdade um grande exemplo do que é o verdadeiro cinema, pois durante os créditos iniciais onde é executada a música "Tempo Perdido", a sala de cinema que estava completamente lotada, 80% dos expectadores estavam cantando junto com Renato Russo (sendo que me incluo nestes), transpondo assim uma enorme interatividade entre ambos, que nem todas as outras produções conseguem.
O filme começa com o até então jovem Renato Manfredini Jr. (Thiago Mendonça de "2 Filhos de Francisco") sofrendo um acidente de bicicleta, que graças ao seu problema da epifisiólise (uma doença óssea) ele acaba realizando uma cirurgia para colocar três pinos de platina na bacia. Consequentemente ele acaba tendo de ficar vários meses na cama e é justamente nesta época que ele começa a pegar um gosto e uma personalidade musical diferenciada, focando em bandas como “Sex Pistols” e ídolos como John Lennon. Assim que ele se recupera, ele muda seu nome para Renato Russo decide largar o seu emprego como professor de inglês e com o apoio de sua melhor amiga Aninha (Laila Zaid) começa sua jornada musical, com o propósito de divulgar em suas letras uma crítica à sociedade da época na qual viviam em Brasília. Juntamente com os amigos André Pretorius (Sérgio Dalcin) e Fê Lemos (Bruno Torres) eles formam a banda "Aborto Elétrico". Foi justamente nesta fase que Renato escreveu as famosas músicas "Que País é Este?", "Música Urbana" e "Geração Coca-Cola". Mas até a formação da “Legião Urbana" acontecem várias confusões e conflitos entre todos os personagens em cena, que vou evitar de contar para não tirar o brilho desta produção.

Nestes momentos o diretor Antonio Carlos da Fontoura executa seu trabalho com perfeição, que mesmo possuindo a típica fotografia padrão das produções nacionais, não atrapalha em momento algum a execução do trabalho do restante da equipe, mas em certos momentos são utilizadas as famosas câmeras na mão, deixando um clima mais amador a produção. Mas Fontoura nos apresenta uma produção mais cômica do que dramática (como na cena em que Renato assume sua homossexualidade a Mãe), graças a interpretação de Thiago Mendonça que canta e dança em diversos momentos, deixando claro que está completamente a vontade no papel, sendo que possui uma enorme semelhança com Renato Russo (devido também ao excelente trabalho da equipe de maquiagem). Já sua química com Laila Zaid funciona tanto, que é impossível não se emocionar com a cena de Renato cantando a música "Ainda é Cedo" que ele escreveu justamente para Aninha.


Já a equipe de trilha sonora demonstrou um enorme cuidado na hora da execução das músicas, pois elas foram inspiradas exatamente nas situações mostradas ali em tela, sendo que em certos pontos trazem um pouco de dramaticidade aos momentos apresentados.
"Somos Tão Jovens" é um filme para quem é fã de Renato Russo, assim como para os amantes do cinema esta é uma sessão que deve ocorrer sem falta. Prepare a garganta, os tímpanos, compre aquela pipoca, juntamente com aquele refrigerante e se divirta com um dos maiores ícones da música nacional. RECOMENDO.