quinta-feira, 27 de abril de 2017

O DIA DO ATENTADO


Já não é de hoje que o nome do diretor Peter Berg se fincou em ser um dos principais diretores a relatar com qualidade histórias verídicas, envolvendo cidadães estadunidenses e que no final sempre acabe idolatrando eles de alguma forma. Seja em "O Reino" até mesmo no recente "Horizonte Profundo", os longas sempre carregarão dentro de si uma bandeira deles em seus desfechos. E o mesmo acontece aqui em "O Dia do Atentado", onde ele repete sua parceria com o ator/produtor Mark Wahlberg (depois de "O Grande Herói" e "Horizonte Profundo").

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Só que Berg tem o mesmo problema nesta fita do que Clint Eastwood teve em "Sully", pois ele aborda o atentado ocorrido na maratona de Boston, em 2013, onde resultou em dezenas de vitimas. Como todos nós já estamos cientes do que ocorreu, o foco dele teria de ser outro. Então ele decide colocar a trama do ponto de vista do policial responsável pela segurança do evento, interpretado por Wahlberg. Onde ele se junta com uma grande equipe de investigação para descobrir onde estão os realizadores do ato. 

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Com certo excesso de violência durante a narrativa do longa (a sequencia do atentado chega a impressionar, pelo excesso de corpos mutilados mostrados), Berg acaba tendo o mesmo erro que teve em "O Grande Herói", que é ao tempo todo tentar colocar os Eua como os principais heróis na luta contra o terrorismo (pra quem lê e vê jornais, sabe que isso cansa de se ver nos cinemas). Porém ele usou a clássica estratégia de colocar vários arcos, com vários personagens (além do policial protagonista), onde eles acabam se interligando de certa forma. Para estes personagens, a principal aposta foi colocar um elenco grandioso para representa-los, onde infelizmente temos atores do porte do oscarizado J.K. Simmons e Kevin Bacon completamente desperdiçados em cena. Quem é a única atriz além de Walhberg que tem um ótimo momento, é Melissa Bernoist (sim a Supergirl está no filme, no papel de esposa de um dos terroristas), pois Michelle Monaghan é outra que ta aqui, por estar mesmo.   

"O Dia do Atentado" é mais um longa que ao meu ver foi mais um mero caça-niqueis, pois é uma produção completamente desnecessária sobre algo recente, e se fossem levar isso pras telas eles deveriam ter esperado um pouco (como ocorreu com o ótimo "Munique" de Steven Spielberg).

Nota: 6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

INTERNET - O FILME

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Quando foi anunciado a produção de "Internet - O Filme", em pleno ápice da enorme febre dos Youtubers, a sensação de muitos cinéfilos foi MEDO! Depois de vários filmes de ótima qualidade vindos recentemente no cinema nacional (como "Mais Forte Que O Mundo"), como eles iriam dar créditos pra algo tão arriscado, quanto um filme como este? A premissa chega a lembrar um pouco o longa "Para Maiores" (que foi eleito um dos piores filmes de todos os tempos, e se vendeu com o propósito que tinha o maior elenco estrelar da história), mas aqui o elenco é composto por diversos Youtubers brasileiros dentro de uma convenção, onde as varias esquetes se interligam no desfecho. 

Aqui nós temos nomes como Rafinha Bastos, Cauê Moura, Felipe Castanhari, Nakada, Teddy, Gusta, Gusta, Pathy dos Reis, Rafael Cellbit, Mr. Pouladoful e Paulinho Serra. Fora as participações especiais de Raul Gil, Palmirinha e Mr. Catra. Obviamente que seria um trabalho bem difícil fazer um trabalho de qualidade, tendo em vista que alguns canais não são realmente "geniais" em questão de conteúdo. Porém o roteiro do próprio Bastos, Dani Garuti e Mirna Nogueira procura abordar algumas questões que os youtubers sofrem no seu dia a dia, como fãs doentios, o estrelato e a queda de seu sucesso, e os mimimis por causa de comentários. Além do simples fato de que você consegue fama na internet xingando, fazendo merda o tempo todo ou ser pego pegando beijando alguém. Esta questão é o único ponto forte da produção, pois em relação as piadas e afins, se assemelhou como o recente filme da galera do "Porta dos Fundos": uma verdadeira encheção de linguiça e paciência. 

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É legal você ouvir uma piada engraçada uma vez, mas quando ela é repetida constantemente fica um porre, e é o que ocorre com alguns personagens desta película. Claro nós não temos nenhum Robert DeNiro ou Jim Carrey neste elenco, mas a má vontade de alguns youtubers de estar no filme é claramente notável. Confesso que somente três personagens me fizeram realmente rir muito nos seus arcos, que foram feitos pela hater Gabi Lopes e as pequenas participações da Tia Palmirinha e do Mr. Catra. Fora isso, "Internet - O Filme" é mais uma bomba do cinema nacional que poderia até ter dado certo, porém não deu... EVITE!

Nota: 3,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sexta-feira, 21 de abril de 2017

POWER RANGERS

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Pra quem cresceu na década de 80/90, se lembra muito bem da série dos "Power Rangers" que passava exaustivamente nos quadros da extinta "TV Globinho". Como eu era desta época, cresci vendo esses personagens e tinha alguns bonecos deles inclusive. Houveram duas adaptações pras telonas na década de 90, que chegaram a fazer algum sucesso. Mas como toda série, ela acabou perdendo forças aos poucos e dando espaço pra outros ícones. Por sorte, a falta de criatividade de Hollywood resolveu atacar no ressurgimento desta franquia, apresentando uma nova safra dos personagens pra nova geração. Eis que o diretor Dean Israelite ("Projeto Almanaque") fez uma sacada genial, em apresentar os clássicos personagens no longa, baseando nos longas de John Hudges, como "Clube dos Cinco".

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A história inicial é bem similar ao longa mencionado, onde temos o atleta (Dacre Montgomery, Ranger Vermelho), a líder de torcida (Naomi Scott, Ranger Rosa) que é excluída do grupo de amigas, o nerd excluído (RJ Cyler, Ranger Azul), o rebelde (Ludi Lin, Ranger Preto) e a garota esquisita e misteriosa (Becky G., Ranger Amarela), dentro de uma sala de detenção. Divergindo ao clássico, aqui acrescenta-se que estes acabam sofrendo um acidente e ganham poderes. Logo, eles acabam descobrindo que eles assumiram os mantos de uma raça de guerreiros batizada de "Power Rangers", e que precisam deter a ameaça da vingativa Rita Repulsa (Elisabeth Banks).

Levando em conta de que temos o caso de cinco protagonistas iniciantes, obviamente de que eles teriam dificuldades em diversos fatores, dentre eles a falta de expressão e emoção em arcos dramáticos (pelo amor, que sequencia de confissão foi aquela dentre Scott e Montgomery, sobre atitudes passadas dela). Cyler é serve como o tipico estereotipo negro em produções de hollywood (que honestamente já cansou faz tempo), Lin é o tipico ator que trabalha no automático e Becky G. consegue ser a Ranger que atuou melhorzinho (por causa de um momento chave, que muitos fãs já sabem). A vilã vivida por Banks (foto abaixo) fica falando tanto que deseja "ouro e o cristal", que chega a lembrar muito os desejos de Jair Bolsonaro com relação aos minerais Grafeno e o Nióbio, Quanto a Bryan Cranston (que estrelou no passado a série, no papel de Zordon, e repete o mesmo aqui), ele está realmente bem e entrou no ritmo que lhe foi proposto (apesar do papel dele não necessitar de muito). 

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Quanto aos outros fatores, que remetem e muito a série estão no visual nas cenas de luta mas fizeram a besteira de deixar a clássica música tema tocar apenas 10 segundos e deixar tops de sucesso no lugar (meu, é um filme do "Power Rangers", quero ver as lutas com a música "Go, Go, Power Rangers, ta ta ta nan nan").  

"Power Rangers" tinha tudo pra ser uma ótima sessão de nostalgia, mas beira ao previsível e banal, e se tornando um mero e simples divertimento pipoca, onde sabemos que haverão mais e mais filmes, enquanto continuar fazendo sucesso mundo a fora. Espero que no segundo eles corrijam estes erros e façam um longa digno aos Rangers (como ocorreu com os novos "As Tartarugas Ninjas").

Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

A BELA E A FERA - 2017

A Bela e a Fera : Poster

Depois de levar as telas seus contos de "A Bela Adormecida", "Cinderela" e "Mogli", chega agora o mais popular e um dos mais respeitados clássicos da animação da Disney, "A Bela e a Fera".  A animação entrou para a história como sendo a primeira a figurar em seis categorias, incluindo a de Melhor Filme, no Oscar de 1991, e também pela suas cordiais canções (cuja a canção "The Beauty and the Beast" levou o careca dourado). Levar para as telas uma versão live action digna, seria algo bem difícil e que a Disney teve o claro cuidado em fazer. Por sorte, a adaptação entra fácil como um claro exemplo de como realizar este trabalho (produtores de "Ghost in The Shell" peguem como exemplo...). 

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O enredo todo mundo já conhece, mas vou explicar porque sempre tem pessoas que não se lembram ou realmente não sabem. A jovem Bella (Emma Watson) mora desde pequena com o Pai (Kevin Kline) e é objeto de desejo de Gaston (Luke Evans). Porém depois que seu Pai acaba sumindo, ela parte em sua busca e descobre que ele foi preso em um castelo, por uma Fera (Dan Stevens). Ela acaba trocando de lugar com ele, e aos poucos começa a nascer um romance dentre ela e aquele.

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Apesar de ser um diretor Oscarizado, Bill Condon (por "Kinsey") não era um diretor digno de respeito para esta adaptação, Vindo direto do encerramento pife da "Saga Crepúsculo", Condon surpreende por se preocupar apenas em deixar tudo exatamente fiel ao que era no desenho, Seja nos diálogos e expressões (a canção inicial que o diga). A direção de arte do longa está impecável, assim como o figurino (não duvido que figure no Oscar 2018), onde tudo esta completamente bem realizado nos mínimos detalhes. A fotografia usa e abusa das tonalidades em ouro, remetendo ao que foi usado na animação, e no recurso 3D a profundidade esta bem nítida. 

Quanto as atuações, o elenco está relativamente bem em contexto geral. Watson está mostrando que aos poucos deixa de ser a amiga do Harry Potter, e ela ta bem como protagonista aqui. Porém quem chama a atenção mesmo em alguns momentos é Josh Gad, que vive Gusteau, e é o alivio cômico do longa. 

"A Bela e a Fera" é um raro caso de adaptação em live action de uma animação de sucesso, pelo qual o resultado final acaba sendo brilhante e digno do que merecia. RECOMENDO!

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

LOGAN

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É bem difícil alguém que tenha nascido nos anos 90, falar que não cresceu sem assistir algum filme dos "X-Men"com a estrela Hugh Jackman. Devo assumir que conheci o universo destes há cerca de 15 anos e até então venho acompanhado todos assim que lançados. Com "Logan" não foi diferente, ainda mais por ser o último filme de Jackman na pele do herói. Assim como "Deadpool" acabou inovando as adaptações de HQs, aquele de certa forma também chegou para inovar ainda mais.   

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A trama se passa em 2029, com um James Logan (Jackman), com o seu efeito cura cada vez mais se esgotando, trabalhando de motorista e cuidando de um Professor Xavier (Patrick Stewart) com demência, junto do mutante Caliban (Stephen Merchant), na fronteira Eua/México. É quando em um de seus trabalhos, ele acaba esbarrando com a mexicana Gabriela (Elizabeth Rodriguez), que lhe implora para realizar o serviço de transportar sua filha, Laura (Dafne Keen). Enquanto isso, eles ainda tentam escapar do Mercenário, Donald Pierce (Boyd Holbrook), que quer capturar a garota a todo custo.

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Desde os créditos iniciais, vemos que esta não será uma simples história de um super-herói se aposentando. Logo nos primeiros 20 minutos vemos o quanto a película se preocupa em homenagear o gênero Western, seja na fotografia pálida e bronzeada, até mesmo pelo jeito canastrão do protagonista. Jackman sem duvidas faz sua melhor atuação como o mutante, e sem duvidas a mais marcante de sua carreira (uma indicação pelo menos ao Globo de Ouro, seria justa). Stewart também está ótimo como um professor Xavier também no final da vida, e Holbrook se mostra como o vilão mais interessante da franquia X-Men em anos. O cara não tem medo de enfrentar mutantes, e mesmo sendo um humano, entra no pau com o Wolverine e qualquer um que entra no seu caminho. Porém o verdadeiro destaque de todo o filme, e basicamente rouba a cena é Dafne Keen. A garota necessitou apenas trabalhar de expressões, ter o minimo de diálogos, pra realmente transpor mais raiva que o próprio Logan. 

A direção de Mangold procura focar mais nas questões psicológicas de Logan, pois mesmo sendo um mutante ele possui um lado humano enorme. Os closes no rosto do mesmo, mostram o quanto o personagem está cansado e sem medo do que vai encontrar pela frente.

"Logan" é sem duvidas um dos melhores filmes de heróis já realizados na história do cinema (se igualando ao grandioso "Batman - O Cavaleiro das Trevas"), e provavelmente irá revolucionar a nova safra de longas sobre super-heróis que vão ser lançados.

Imagens: Reprodução da Internet
Nota: 10,0/10,0

sábado, 8 de abril de 2017

A CABANA

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Filmes espíritas e religiosos sempre dividiram cinéfilos e o público crente desta área. Seja porque os orçamentos não permitem que sejam feitas grandes produções, ou pelo simples fato de os atores escalados claramente não terem fé daquilo que está sendo contado. "O Apocalipse" e "Deus Não Está Morto", são dois exemplos de bombas neste gênero. Agora Hollywood tenta emplacar com a adaptação do best-seller mundial de William P. Young, "A Cabana", onde retrata muitas questões pesadas como sobre ter fé em Deus e se existe vida pós morte. 

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A história começa com Mack (Sam Worthington), que é casado com Nan (Radha Mitchell) e tem três filhos. Mas quando ele sai com os mesmos para acampar, um incidente acaba acontecendo e logo depois deste a filha caçula acaba desaparecendo. Durante as investigações, os policiais acabam chegando a uma cabana e somente encontram a roupa dela cheia de sangue. Questionando os atos de Deus, Mack entra em uma profunda depressão, e logo acaba recebendo uma carta de Deus para voltar ao local do ocorrido. Ele decide ir e ao chegar no mesmo, tem inicio a uma jornada incrível de autodescoberta.

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O filme tinha tudo pra ser perfeito em diversos aspectos, porém o diretor Stuart Hazeldine comete algumas gafes no decorrer do longa. A começar pela narração em off em algumas cenas, pelo qual literalmente explicam o que está acontecendo no momento (ta meio que chamando o espectador de burro, com este recurso), e o excesso de "frases prontas" tipicas de produções deste gênero ("o amor pode tudo", "tenha muita fé" e etc) perante tópicos muito delicados (como "Deus faz as coisas por uma razão?"). Worthington ta ótimo no papel do protagonista, e sua atuação remete muito bem a quem já passou por situações inesperadas na vida, e tem um ótimo entrosamento com Octavia Spencer, que vive Deus no longa. A atriz lembra até mesmo a atuação de Morgan Freeman em "Todo Poderoso", em alguns breves momentos e é o nome mais forte da fita. Uma pena que o mesmo não se pode dizer de Sumire Matsubara (que vive Sarayu), e Avraham Aviv Alush (que interpreta Jesus). A presença dos dois é realmente muito fraca e torcemos pra voltar a ver Spencer novamente em cena. Agora quem aparece pouco, mas ta até que bem é a brasileira Alice Braga ("Elysium"). 

"A Cabana" em um contexto geral foi muito melhor do que os longas citados no primeiro paragrafo, porém ele peca pra um lado que é feito somente para um publico que crê em vida pós morte, perdeu algum ente querido (pelo qual RECOMENDO que o assista, pois ajudará e muito a lavar a alma)ou tem bastante fé. Agora se você não é adepto aos três casos citados, o longa não foi feito para você e provavelmente desistirá de ficar na sala antes mesmo dos créditos finais rolarem.

Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

KONG A ILHA DA CAVEIRA

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Quando estive no painel da Warner, na CCXP, do último ano, um dos convidados do evento era o diretor de "Kong - A Ilha da Caveira", Jordan Vogt-Roberts (novato em blockbusters). Ele não havia dito muito sobre o longa, apenas de que ele homenagearia de alguma forma todos os longas sobre King Kong, pela sua essência e que brevemente serviria como porta para o futuro "Kong vs Godzilla". Posteriormente ele exibiu um vídeo apresentando algumas cenas do filme, e já deu pra sacar que a banda tocaria de uma forma completamente diferente da versão de Peter Jackson. Além do macaco ser muito maior, o visual levaria muito em conta a questão de homenagear o estilo das produções daquela época.

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A começar pelo simples fato do longa já tratar de mostrar o monstro logo nos primeiros três minutos, onde vemos um soldado japonês e outro estadunidense, que foram abatidos e caindo na tal ilha que vive o Kong. Quase 30 anos depois, o cientista Bill Handa (John Goodman) tenta convencer um influente politico, da época, de que ele precisa realizar uma expedição para a mesma ilha do incidente, e que lá existem diversos monstros. Com a condição de apresentar provas concretas, o projeto é autorizado pelo governo (sério, o filme não se passa no Brasil...) e o mesmo acaba reunindo uma trupe de diversos soldados e aventureiros. onde tem o "Indiana Jones", James Conrad (Tom Hidleston), a fotografa Mason Weaver (Brie Larson), e o Coronel Preston Packard (Samuel L. Jackson) com seu batalhão.

Vamos e venhamos, se eu pago pra ver um filme chamado "Kong - A Ilha da Caveira" to pouco ligando pros personagens e quero ver mais é os monstros e o bendito do macaco gigante. É exatamente o que Roberts captou, e procurou focar e muito nesta questão que foram um dos tópicos que transformaram o longa em um ótimo entretenimento pipoca. Houveram sim uma porrada de besteiras cometidas pelo roteiro de Dan Gilroy (da série "Bourne"), Max Borensten ("Godzilla") e Derek Connolly ("Jurassic World"), pelo quais já foram cometidos nos longas citados. O primeiro vai pro excesso de personagens e subtramas desnecessárias. Porque diabos eu vou me interessar pela vida pessoal dos soldados que foram na expedição, enquanto temos um quarteto protagonista que não está sequer sendo devidamente explorado? Este erro já havia sido cometido pelo segundo, o que acabou deixando o Godzilla pra escanteio em seu próprio longa. Porém a principal mensagem que todos os filmes sobre King Kong tinham (sobre preservação do meio ambiente e habitat natural) continua aqui, e nos faz refletir brevemente sobre o fato do homem ser o verdadeiro vilão, ao invés do Kong.

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Goodman, Hidleston, Larson e Jackson são os verdadeiros protagonistas e personagens que deveriam ter sido melhores explorados, quando não temos monstros em cena. Mas o roteiro teve a péssima ideia de deixar o segundo e a terceira bastante tempo no vácuo e de certa forma os tornam personagens que não precisavam de atores de grande porte para vive-los. Só que quem realmente acaba roubando a cena até mesmo do próprio Kong, é John C. Reilly ("Quase Irmãos"). O ator não consegue ser não somente o alivio cômico, mas sim uma espécie "contratempo" que o roteiro apresenta (pra deixar mais claro: o personagem que aparece, explica tudo pros outros e muda a visão deles).

Porém tirando estes descuidos e a maquina fotografia inquebrável da Brie Larson, "Kong - A Ilha da Caveira" possui um divertido uso da tecnologia 3D, que mescla profundidade com objetos sendo atirados na nossa direção durante algumas cenas. Desta vez Kong ficou realmente muito maior do que das outras vezes, e os efeitos em si estão muito melhores do que o antecessor (que mesmo sendo em 2005, tinha alguns descuidos e levou um Oscar na categoria).

"Kong - A Ilha da Caveira" é um ótimo entretenimento pipoca, onde nos desligamos a partir do momento onde o mesmo se inicia e começamos a focar exatamente no universo que é mostrado por ele. 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quinta-feira, 6 de abril de 2017

FRAGMENTADO

Fragmentado : Poster

Não precisa entender muito de cinema, pra saber que o nome M. Night Shyamalan tem ligação com os piores longas já realizados na história. "A Dama na Água" e "Fim dos Tempos", são só alguns exemplos de filme, onde aquele que já foi nomeado como o "próximo Alfred Hitcock", realizou depois de ser indicado ao Oscar por "O Sexto Sentido". A premissa deste seu novo longa é bem simples, e vemos Kevin (James McAvoy, de "X- Men Apocalipse"), um cara que possui 23 personalidades diferentes. Em uma delas, ele acaba sequestrando três adolescentes (Haley Lu Richardson, Jessica Sula e Anya Taylor-Joy), e deixando-as trancadas em um quarto. 

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Durante boa parte da película tudo ocorre bem, pois Shyamalan procura apresentar pro público aos poucos cada uma das personalidades de Kevin, se intercalando com sua psicóloga (Betty Buckley), que tenta convencer a diversos profissionais da área de que ele é uma pessoa que pode levar uma vida normal. Estes arcos também são o grande ponto chave, pois servem como compreendimento melhor sobre o que é sofrer desta sanidade. Tudo vai caminhando bem ao estilo das produções de Hitcock (fãs vão notar diversas homenagens, seja no cenário diminuto ou até mesmo na abertura). Só que nos últimos 40 minutos, parece que o Shyamalan "voltou ao que era" nos seus últimos filmes e muda completamente o rumo do filme e nos apresenta algo extremamente bizarro, onde nada mais começa a fazer o devido sentido (não vou abordar mais deste aspecto, pra não entrar em spoilers).

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Mas devo confessar que de todo o elenco do filme, apenas dois nomes que chamam atenção: o de McAvoy e Taylor-Joy. Enquanto o primeiro exerce um papel extremamente difícil, onde Shyamalan faz questão de realizar constantes closes em sua face, pra mostrar tamanha insanidade do mesmo, que constantemente muda sua persona, a segunda possui uma expressão misteriosa, mas que esconde algo que nos deixa intrigados por boa parte da produção.

"Fragmentado" não pode ser considerado o melhor, muito menos o pior filme do cineasta indiano. Mas creio que este ficaria dentre os cinco melhores (depois de "O Sexto Sentido", "Sinais" e "O Corpo Fechado"), e só espero que em seus próximos longas o diretor continue amadurecendo ainda mais, para voltar a nos apresentar histórias de suspense realmente interessantes.

Nota:6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

domingo, 2 de abril de 2017

SILÊNCIO

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Martin Scorsese é um cara que figura na lista de diretores favoritos da maioria dos cinéfilos, mas mesmo com um enorme histórico de boas produções é um dos mais injustiçados em Hollwood. Demorou quase 30 anos para ganhar o seu primeiro Oscar (com "Os Infiltrados", em 2006) e quase a carreira toda para lançar o seu projeto mais pessoal, que é a adaptação do livro "Silêncio" de Shûsaku Endô. Aqui ele também é responsável pela adaptação do roteiro com Jay Cocks, o que nos faz ver como ele já está envolvido no projeto. Só que o principal problema de "Silêncio", é que ele em momento algum remete a outra produção do cineasta, ou seja, é um projeto literalmente mais pessoal e "original" ao mesmo tempo.

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A trama apresenta os padres Jesuítas, Rodrigues (Andrew Garfield, de "Até O Último Homem") e Garupe (Adam Driver, de "Star Wars: O Despertar da Força"), que são mandados para uma missão religiosa no Japão, em pleno século 16, onde na época o local não permitia cristãos e os governantes realizavam uma série de torturas com aqueles que não fossem budistas. No local eles tentam buscar seu antigo mentor, Ferreira (Liam Neeson, de "Busca Implacavel"), que desapareceu depois de uma missão durante anos.  

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Pode-se dizer que Scorsese fez de fato, um dos filmes que mais mexem com a questão religiosa/politica no cinema. Aqui seu retrato serve mais como uma verdadeira reflexão, ao invés de mais uma versão hollywoodiana sobre fatos religiosos. Desde as sequencias sobre questionamentos religiosos, até as de tortura, acabamos de alguma forma sentindo o que está se passando em cena com os personagens. A fotografia de Rodrigo Prieto (indicada ao último Oscar, inclusive), deixa a película em um clima sombrio, clássico e termo em diversos momentos, que só auxiliam ainda mais a abordagem. Já a trilha sonora, é quase ausente durante as três horas de projeção, deixando mais para o vácuo permeando. 

Quanto as atuações, Garfield realmente esta bem no papel de Rodrigues (não duvido que futuramente ele acabe levando o Oscar), Driver ta meio apagado aqui, e Liam Neeson aparece bem pouco, mas seu destaque fica mesmo no penúltimo arco. Felizmente o peso de "Silencio" ficou por conta o elenco japonês onde Yôsuke Kubozuka faz o caractere mais interessante, dentre os cristãos japoneses e Issei Ogata faz o tipico vilão sarcástico, onde de certa forma gostamos de ver o cara em tela, mesmo ele sendo um sacana. 

"Silencio" não é o melhor longa de Martin Scorsese, mas sim um longa que um dos maiores cineastas sempre desejou realizar. Como cresci vendo os trabalhos do diretor, devo dizer que os fãs devem conferi-lo nas telonas assim que puderem. Já os que não gostam tanto do diretor, nem da temática, creio que o filme possa até incomodar e muito.
Nota: 7,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

Indicação ao Oscar: Melhor Fotografia

GHOST IN THE SHELL: A VIGILANTE DO AMANHÃ

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"Ghost In The Shell" é considerado por muitos fãs de animes, como uma das melhores abordagens já realizadas até hoje. Lançada em 1995, a trama serve como clara homenagem a clássicos como "Blade Runner" e "2001 - Uma Odisseia do Espaço". e para pautar sobre a questão de até quando os avanços tecnológicos podem interferir no ser humano em questões pessoais e espirituais. 

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Ele se inicia em 2029, no Japão, onde a tecnologia evoluiu tanto, que ela chegou ao ápice em que o cérebro de um ser humano falecido, pode ser transferido para o corpo de um ciborgue e conseguir seguir ordens programadas via computador. Major (Scarlet Johanson) é a primeira deles e realmente dar certo, e trabalha no esquadrão da policia que investiga diversos crimes cibernéticos. Porém um caso deixará ela e seu parceiro Batou (Pilou Asbaek) a par da própria empresa pelo qual trabalham.  

No inicio a abertura da a entender que vamos ver algo a lá "Westworld" com um pouco de "Blade Runner" e "Matrix" (que se inspirou no anime, em seu desenvolvimento), só que a direção fraca de Rupert Sanders ("Branca de Neve e o Caçador") deixou tudo com um embasamento muito similar ao do segundo, porém em uma versão muito mais chata. Sua protagonista era retratada como uma ciborgue que possuía diversos conflitos internos e os mesmos eram uma das grandes pegadas no anime. Mas mesmo com Johanson já ter mostrado ser uma excelente atriz, o principal problema dela aqui foi mesmo a falta de entrosamento com o que lhe era proposto. A química dela com Asbaek funciona, só que não era exatamente o verdadeiro foco. Já o restante do elenco parece que está lá, por simplesmente estar, pois estão todos com a ligeira impressão de estarem completamente cansados (inclusive a sempre ótima Juliette Binoche, que nada faz aqui).

O verdadeiro vilão da vez, foi justamente o roteiro que foi adaptado pela dupla Jamie Moss ("Os Reis da Rua") e William Wheeler ("O Vigarista do Ano"), que praticamente apertou a tecla do "foda-se" em cima da trama original de Masamune Shirow e rechearam o enredo com diversos momentos banais e repetitivos, onde não deixam em momento algum o espectador raciocinar o que está acontecendo. As cenas de ação inclusive, são recheadas de um slow-motion que fica chato e cansativo (além de algumas explicações durante estas, pra justamente coisas que já sabíamos, fechando ainda mais o pacote). 


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Mas não é só de negatividade que vive a adaptação de "Ghost In The Shell" vive, pois a fotografia, direção de arte e o 3D são um dos melhores já realizados neste ano. A profundidade, a constante interação de Major vindo na direção do público são bacanas de se ver na tecnologia. As sequencias que mostram a cidade com uma enorme poluição no ar, e no ambiente com as diversas propagandas, acabam sendo um delírio de se ver. 

Se você é fã do anime, recomendo que assista para tirar suas próprias conclusões. Agora se você opta em ver o longa apenas porque gosta da Scarlet Johanson, me desculpe meu amigo, vai ler um livro ou fazer outra coisa construtiva, pois "Ghost In The Shell: A Vigilante do Amanhã", só vai te deixar com um enorme tédio durante as quase duas horas de projeção. 

Nota: 4,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet