domingo, 29 de outubro de 2017

THOR RAGNAROK

Thor: Ragnarok : Poster

Que os dois primeiros longas do Thor não tiveram enorme destaque dentro do Universo Cinematográfico Marvel, não é novidade. Todos os outros heróis conseguiram estabelecer produções que de alguma forma, deixavam sua marca já no primeiro longa, vide "Dr. Estranho" e "Homem-Formiga". Como se trata do último longa solo do Deus do Trovão, a Marvel tinha a missão de deixar a verdadeira a marca do herói pro público. E devo confessar que de fato, "Thor Ragnarok" enaltece ainda mais a presença do herói portador do Mjolnir. 

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O filme começa com Thor seguindo os eventos do segundo longa, que segue a sua busca por seu Pai (Anthony Hopkins). Porém devido a um contratempo enfrentado por ele e seu irmão Loki (Tom Hiddleston), eles acabam transportando para Asgaard a sombria Hera (Cate Blanchet), que lhes envia ao planta de Saakar, enquanto ela instaura o caos naquele. Lá Thor acaba tendo de enfrentar seu velho amigo Hulk (Mark Ruffalo) em um campo de Gladiadores. 

Ai que ta o principal problema na direção de Taika Waititi, que utiliza sua habilidade em longas de comédia pra entupir o longa do Deus nórdico de piadinhas desnecessárias e completamente fora de hora. Sim, existem algumas que funcionam e divertem bastante, inclusive quem já viu Hemsworth em filmes como "Férias Frustradas" e "Caça-Fantasmas", sabe que ele não precisa de muito esforço pra fazer rir (destacando que ele ta ótimo nesse papel). Porém vamos pegar um exemplo (que não é spoiler): algum personagem acaba de sofrer um desfecho trágico, e logo no próximo corte alguém solta uma piadinha pra abafar a situação. Automaticamente já acaba quebrando o arco que  tava sendo muito bem idealizado (e isso ocorre constantemente aqui). Tirando esse quesito Waititi sabe muito bem como realizar sequencias de ação (pelos quais lembram clássicos como "O Quinto Elemento" e "Fuga de Nova York") e em alguns enquadramentos breves, ele mostra que é  um diretor competente (como uma que ele acompanha os passos do Loki através do piso, e depois retorna pra ele fisicamente). Por esse quesito em geral, já vale investir num ingresso 3D.

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Partindo pro quesito de atuações, a atenção beira mesmo pra vilã interpretada por Blanchett. Sem dúvidas, em menos de dois minutos em cena, ela conseguiu superar quaisquer vilões já apresentados pela Marvel até o momento. Infelizmente o roteiro de Eric Pearson, Craig Kyle e Christopher Yost (trio que já está acostumado a roteirizar as animações da Marvel) deixam a mesma em um terceiro plano, e aquela que poderia ter sido a melhor e mais interessante vilã do universo cinematográfico Marvel, acaba sendo deixada de lado por boa parte da narrativa e só aparecendo perante a "momentos chaves". Já o Ruffalo consegue divertir tanto na versão Hulk (onde ele esta mais "amadurecido"), quanto na versão de Banner (que ta bem hilário). Hiddleston continua roubando a cena como Loki, e a adição dos personagens de Tessa Thompson ("Creed") é apenas um "ok", mas nada de muito marcante, divergindo ao de Jeff Goldblum, que possui um certo estilo sagaz com uma personalidade bem "doida". Não querendo dar spoilers, mas existe um momento com determinado personagem do universo Marvel, pelos quais vão garantir ótimas risadas. 

"Thor Ragnarok" é de fato o melhor dos três filmes do herói, porém não chega a ser nenhuma produção revolucionária dentro do universo Marvel. Mas já vale pelo simples fato de que o Thor deixou de vez de ser um "inútil" nos "Vingativos". 

Obs: Existem duas cenas pós créditos. 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet 

sábado, 28 de outubro de 2017

O JARDIM DAS AFLIÇÕES

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Assim como deixei claro na analise do filme "Policia Federal", ao começar a assistir "O Jardim das Aflições", não levei em conta meu pensamento politico, com em relação ao que era apresentado pelo professor e filósofo Olavo de Carvalho. O documentário acabou gerando muitas polêmicas por conta do pensamento politico de direita deste, e inclusive acabou sendo banido de alguns festivais, porém acabou ganhando merecidamente os prêmios de filme e edição, no festival de Recife. Antes de mais nada, sim, é um filme partidário, mas já deixarei claro que se você se importar com isso, não é um filme pra você.

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O documentário abrange um pouco da vida de Olavo (que atualmente vive com a família nos Eua), juntamente arcos com o seu livro "O Jardim das Aflições", onde são apresentados alguns trechos, no inicio de cada uma das três partes que o mesmo apresenta, onde servem como reflexões sobre o quadro politico existente, assim como a própria vida em si. Divergindo por completo o pensamento de uns, Olavo deixa claro a todo momento de forma sucinta, que precisamos ler sobre tudo (inclusive sobre assunto que não apoiamos), pra não sair falando asneiras e pensamentos errôneos sobre datadas circunstancias. 

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O maior destaque na narrativa é a fotografia, que explora cada ponto do ambiente em que o filme se passa (que é na casa do filosofo, e em alguns lugares que ele frequenta, nos Eua). Como se trata de um longa com uma temática politica de direita muito forte (principalmente por Olavo falar o que tem de ser falado), dependendo do seu posicionamento você sequer irá ver o longa até seu desfecho. Brevemente são intercalados momentos do livro, onde as mesmas são entrelaçadas com uma fotografia belíssima de diversos lugares destintos.

Se você for conferi-lo apenas como um apreciador do cinema independente nacional, irá ver que "O Jardim das Aflições" é um excelente documentário e que sem hipóteses é um verdadeiro avanço do gênero no cinema nacional.

Imagens: Reprodução da Internet
Nota: 10,0/10,0

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

TEMPESTADE: PLANETA EM FÚRIA

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Hoje em dia é difícil fazer um filme catástrofe que realmente seja "digno de Oscar" e que possua algo bem relevante pro público, a não ser entreter durante duas horas ou mais (vide as quase três horas de "2012"). "Tempestade: Planeta em Fúria" entra no último quesito, onde durante sua duração você deixa seu cérebro na porta da sala, pega seu óculos 3D e novamente embarca no mundo entrando a beira de um novo colapso, só que agora aos olhos do diretor e roteirista Dean Devlin (que auxiliou em filmes do Roland Emmerich, como os dois "Independence Day"). 

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A história gira em torno do cientista Jake Lawson (Gerard Butler), que em meio a enormes crises de seca e desequilíbrio na temperatura do mundo (mais conhecido como "aquecimento global"), desenvolve para Nasa a estação espacial Geostorm, que serve para "controlar" o clima no planeta. Porém o mesmo acaba gerando diversos acidentes climáticos no mundo (então espere uma porrada de cenas envolvendo furacões, terremotos, tsunamis...) fazendo Lawson voltar a estação para investigar a fundo o que casou a falha. Enquanto isso no planeta terra, seu irmão Max (Jim Sturgess), investiga o quão os habitantes tem haver com a mesma, enquanto a "tempestade" se aproxima.

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Se eu falar que o atrativo principal do longa é seu elenco estrelar, eu estou mentindo. Porque sem duvidas o grande chamariz pro público são as sequencias de ação e destruição. E os efeitos visuais perante a destruição em massa do planeta terra parecem e muito com aqueles gráficos dos jogos do Playstation 2, de tão mal feitos que são realizados em alguns momentos. Em especial um arco que envolve a destruição em massa da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (em que insiste em acompanhar os passos de uma brasileira, que corre mais que o Tom Cruise), que acaba se tornando hilário. Agora quando partimos para as sequencias no espaço, realmente os efeitos estão realistas ao extremo, inclusive chegando a lembrar "Gravidade" (com a tecnologia 3D, a qualidade fica muito mais notória).

Pulando para os méritos de atuações, não temos muito o que tirar das mesmas. A não ser que Butler ta parecendo um MacGayver, onde quaisquer contratempos que surgem,  ele ta sempre ciente de como sair da situação. Ele divide a cena na maioria das vezes com Alexandra Maria Lara ("Rush"), que ta mais pra uma "ajudante" sua nas horas do descuido. Quando intercala com as cenas em terra, parece que estamos vendo outro filme, pois o arco envolvendo seu irmão com a namorada (Abbie Cornish), envolto a um esquema de corrupção politica, as vezes parece que estamos "assistindo a um filme dentro de um filme" ("Designated Survivor" + "Armageddon" + "Interestelar" + "Gravidade" + "O Dia Depois de Amanhã" = "Tempestade: Planeta em Fúria", pra ser mais especifico). 

"Tempestade: Planeta em Fúria" é mais um exemplo de diversão pipoca, pois se levarmos tudo ao pé da letra e bem a sério, nada fará sentido (como todos os filmes catástrofes). É comprar o ingresso, pega a pipoca e deixar o cérebro descansado na entrada da sala e pega-lo ao sair.

Nota: 6,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

domingo, 22 de outubro de 2017

AMITYVILLE: O DESPERTAR

Amityville: O Despertar : Poster

Não precisa ser expert em cinema, pra saber que a história verídica da família assassinada na casa de Amityville foi contada dezenas de vezes. Seja sobre o mesmo ou da maldição envolta a casa, que foi justamente solucionada pelo casal Warren (da cinessérie "Invocação do Mal", que também mostra este arco no inicio do segundo longa). Não cheguei a assistir todos, pois não sou fã assíduo de produções do gênero horror, e não faço questão de conferi-los com certa frequência. Porém vi alguns amigos abordarem a respeito deste "Amityville: O Despertar", o que me despertou um breve interesse. Infelizmente uma das poucas qualidades que este filme tem, é colocar outros longas do "universo Amityville" dentro da trama (quando vemos os filmes reais, citados como exemplos (como rola na franquia "Panico"). Fora isso, tudo que você imaginar de previsível e batido em longas de horror, acontece aqui.


A começar pela trama, onde uma família se muda para a casa amaldiçoada de Amityville (mas obviamente eles não sabem disso). Temos uma matriarca (Jennifer Jason Leigh, de "Os Oito Odiados") que tenta manter o controle da situação, com seus três filhos, que são a adolescente rebelde (Bella Thorne), uma criança ingenua (Mckenna Grace), e o filho em estado vegetativo (Cameron Monaghan). A medida que o enredo avança, vemos os mais diversos recursos típicos de horror explorados de forma exaustiva. Seja a porta e janela que se fecham sozinhos, um personagem que sabemos que vai fazer alguma merda e algo surge do nada pra assusta-lo, até as "mascaras demoníacas" que costumamos ver pra vender em quaisquer lojas de 1,99 (sim, o nível aqui é neste ponto!).

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Porém apesar destes descuidos notáveis, todos os atores até tentam se esforçar mediante o pouco material que eles tem em mãos. Sendo que inclusive Thorne até se sai bem, e não vemos nenhuma performance exagerada ou algo do tipo. A direção de Franck Khalfoun ("P2 - Sem Saída"), a principio até explora alguns recursos diferentes com alguns personagens secundários, mas na metade da narrativa muitos deles literalmente somem, junto com a "inovação" que Khalfoun tentou criar a principio, e tudo volta a apelar pra mesmice. 

"Amityville: O Despertar" é uma notória bomba que o cinema tentou esconder durante dois anos (sim, demoraram quase dois anos pra lançarem este filme, depois de pronto), e que somente agora vemos o quão drástico foi sua versão final.

Nota: 2,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A MORTE TE DA PARABÉNS

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Mais uma vez temos um claro exemplo de um enredo que já conhecemos de diversas outras produções, e que só depende de uns fatores básicos como direção, roteiro e atuações pra divergirem do padrão habitual do estilo. Felizmente o longa "A Morte Te Da Parabéns", literalmente está de parabéns nesse quesito, pois o diretor Christopher Landon ("Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi") conseguiu não só abordou uma narrativa movimentada o tempo todo, como também abriu as portas para um nome que basicamente segura toda a trama: Jessica Rothe.

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Aqui ela vive a universitária Tree, que é assassinada no dia do seu aniversário por um criminoso misterioso, fazendo-a reviver em um looping infinito esse mesmo dia.

Com essa sinopse é inevitável vir a mente longas como "No Limite do Amanhã" e "Feitiço do Tempo" (onde há uma breve, mas divertidíssima menção), e ai que roteiro de Scott Lobdell entra. Mesmo usando alguns artifícios e lições de morais que os citados abrangem, ele procura partir pra um outro tópico, que é apresentar uma protagonista onde o público se adapte e torça por ela, em diferentes passagens, sem necessariamente repetir tudo de forma cansativa (como rolou com o filme de "A Grande Família"). E graças ao carisma de Rothe, isso é adquirido em no máximo 10 minutos de projeção, de tão a vontade que ela ta no papel. Sua personagem nos faz pensar junto com ela, quem será que é o criminoso e porque ele fez aquilo (lembrando até mesmo a Sidney da cinessérie "Panico", só que não tão marcante), fora que seu excesso de sarcasmo nisso tudo acaba fazendo o mesmo se tornar uma divertida comédia, ao invés de um suspense. 

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Porém existem muitos arcos que são apresentados, onde a solução se da em um "estalo de dedos", e que poderia ter sido descartado facilmente, ou desenvolvidos como ploat-twists (alguns acontecem aqui, e são muito bons). Outro ponto negativo é a falta de jump-scare que poderiam ter sido criados, mas que são ausentes. Mas mesmo tendo alguns notórios erros, "A Morte Te Da Parabéns" conseguiu ser uma das melhores surpresas que vi este ano nas telonas. Agora espero os produtores não apareçam com alguma sequencia desnecessária deste filme.

Nota: 7,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

O CULTO DE CHUCKY

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Como toda criança normal que cresceu nos anos 90, eu tinha medo do famoso "Brinquedo Assassino", vulgo Chucky. Acabei perdendo o mesmo, depois de contantes idas ao cinema e ter de aturar os banners gigantes de "O Filho de Chucky", em 2005. Foi nesse mesmo ano que a franquia acabou sendo enterrada de vez, pois o mesmo não fez sucesso e já estava levando o personagem mais pro lado da comédia. Foi ai que em 2013 o seu criador Dom Mancini lançou "A Maldição de Chucky", que não obteve tanto sucesso, mas era um pouco mais dark que o anterior. Quatro anos depois, "O Culto de Chucky" segue o enredo deste, porém a pobreza no roteiro e direção ficam evidentes a todo ponto.

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A principio vemos uma das sobreviventes do massacre do filme antecessor, Nice (Fione Dourif, que é filha de Brad Dourif, dublador do Chucky), que agora vivindo em um hospício. Só que devido as datadas circunstancias de seus traumas, ela acaba esbarrando com o boneco dentro da instituição, o que a faz enfrenta-lo mais uma vez. 

Como se trata de uma produção pequena, vemos que todo o orçamento disponível foi gasto para desenvolver o boneco Chucky (que visualmente ta ótimo, mas mesmo assim não assusta), pois tudo aqui é bastante relevante. Seja sua fotografia que utiliza sempre a mesma paleta acinzentada, o roteiro que recicla tudo que há de banalidades em longas do tipo "somente o protagonista que vê o erro". Ainda mais quando ele continua insistindo em juntar o protagonista da clássica trilogia, Andy (ainda interpretado por Alex Vincent), com Nice. Em momento algum o roteiro permite algum álibi plausível pros dois se esbarrem de forma convivente, e o arco do mesmo poderia até ter sido cortado na edição, que não faria diferença no final. 

"O Culto de Chucky" além de ser um péssimo filme, não funciona nem pra passar o tempo, pois a tortura e tristeza em cima dessa produção é emitente.

Nota: 1,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet 

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

OS MEYEROWITZ: FAMÍLIA NÃO SE ESCOLHE

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Ta ai um longa que eu esperava seu lançamento desde quando foi comentado em Cannes que provavelmente rendera uma indicação ao Oscar, para o ator Adam Sandler. Como cresci vendo todos os seus filmes, fiquei bastante chateado com seus baixos nas suas últimas produções, que lhe renderam todos os prêmios no Framboesa de Ouro (com o horrível "Cada Um Tem a Gêmea Que Merece"). Eis que finalmente chegou a hora da sua "volta por cima", e devo assumir, que realmente há grandes chances do Sandler ser um dos cinco indicados a categoria de Ator (caso o filme seja lançado nos cinemas de Los Angeles, nos Eua, validando assim a indicação).

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Dirigido e escrito pelo ótimo Noah Baumbach ("Enquanto Somos Jovens"), que sabe como contar uma história sobre conflitos familiares. Neste narra uma fase da família Meyerowitz, que é composta pelo patriarca Harold (Dustin Hoffman), sua atual esposa Maureen (Emma Thompson), e seus três filhos a tímida Jean (Elisabeth Marvel), o bem sucedido Metthew (Ben Stiller), e o que não teve muita sorte na vida, e ultimamente ta sendo o que mais se preocupa com a saúde do Pai, Danny (Adam Sandler), cuja a filha Elize (Grace Van Patten), possui uma personalidade um tanto "liberal" e está prestes a ir para a faculdade de cinema.

Os mais atentos irão notar semelhanças a longas como "Os Excêntricos Tenenbaums", e um pouco das produções do Woody Allen. Porque vemos uma narrativa que se preocupa em transpor a personalidade de seus personagens, pra obter a cativação do público sobre eles (deixando o desnecessário explicado pro espectador dentre os cortes dos arcos), a começar pelo patriarca vivido por Hoffman, que com a saúde frágil, sequer deixa de idolatrar o personagem do Ben Stiller, quase durante todo o filme (mesmo com ele fazendo quase nada). Mas o grande destaque vai pro personagem interpretado pelo Adam Sandler, que possui dois momentos chaves (com diálogos realmente pesados), que realmente mostram o seu potencial como ator, e aos que sempre o criticaram vão se impressionar. Já a jovem atriz que vive a sua filha, serve mais pra explorar a subtrama, que envolve a questão de "até onde podemos definir a sexualidade ou o ridículo como arte" (não vou entrar no mérito da mesma aqui, pois já basta a porrada de textos que estamos vendo na internet sobre a exposição do homem nu com as crianças, ou até mesmo os caras com velas no anus). Porém, durante meados do longa, um pouco desta essência citada, perde um pouco a credibilidade, dando espaço pra arcos mais habituais do gênero (brigas, discursos de redenção...). Até compreendo que são necessários, porém deveriam ser melhor trabalhados por Baumbach.

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Mas o que todos esses personagens tem em comum, são o simples fato de que qualquer família possui membros com tais personalidades e isso ajuda você a ter mais interesse pela história da família Meyerowitz. Claro não desmerecendo o longa "Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe", em contexto geral não podemos dizer que é um verdadeiro filme digno de Oscar, mas sim de "Sessão da Tarde", onde há uma clara exceção pra atuação de Adam Sandler. RECOMENDO! 

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

ESSA É A SUA MORTE - O SHOW

Esta é a Sua Morte - O Show : Poster

Hoje em dia é normal você pelo menos conhecer uma pessoa que é viciada em reality shows na televisão (pra não falar "Big Brother"), que cada vez mais parecem não ter fim. De vez em quando me pego assistindo a estes programas, e vejo que os participantes tem de se expor ao ridículo, para conseguir "glória" ou até mesmo permanecer no mesmo. É exatamente neste ponto que o longa de Giancarlo Esposito (da série "Breaking Bad", que também estrela aqui como coadjuvante), "Essa é Sua Morte - O Show", foca e nos faz refletir a que ponto chegamos em busca de diversão. 

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A história tem inicio com o show runner, Adam Rogers (Josh Duhmel, de "Transformers"), que apresenta um sucessivo programa de junção de casais, onde em uma edição uma participante assassina o pretendente e se mata logo em seguida. Como ele tentou salvar a outra competidora, foi tachado de herói nacional e logo alavancou a audiência do programa. Porém devido as datadas proporções, o canal que exibe o mesmo resolve ser mais radical e cria um programa, pelo qual os participantes vão para cometer suicídios das mais bizarras formas, em troca de milhões de dólares para sua família.

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Mesmo contendo uma trabalho bem simples, onde não ha mudança na fotografia e auxilio enorme de efeitos visuais, a direção de Esposito procura exaltar esta questão de "limite dos reality shows", através do dialogo, principalmente mediante a irmã de Adam, Sarah (Sarah Wayne Callies), que acaba roubando a cena nos últimos 20 minutos, junto ao próprio Esposito. Só que ainda Duhmel não chegou ao ápice de um ator excelente, mas ele ta bem aqui, mediante com o material que ele tem em mãos. 

As mortes apresentadas por ele, são retratadas de formas impactantes, mas não muito violentas no estilo "Jogos Mortais" ou quaisquer outro longa de terror. O pesado neste filme decai mais para alguns diálogos dentre os personagens, sobre se "vale a pena sacrificar a vida, por alguns milhões". Se você for assistir algo esperando que seja algo no estilo da franquia de Jigsaw, ou afins, vai se chatear. Aqui ta puxando bem mais pro lado de "O Show de Truman" e "Nerve" (que fazem a mesma crítica, porém em gerações diferentes), inclusive um pouco da série "13 Reasons Why".

"Essa é a Sua Morte - O Show" é um longa que infelizmente não fará muito sucesso no Brasil (foi lançado em poucas salas de cinema, devido a ter adquirido a censura 18 anos, o que lhe torna "menos comercial"), mas que se fosse disponível diretamente na Netflix, muitas pessoas já saberiam de sua existência. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

domingo, 8 de outubro de 2017

BLADE RUNNER 2049

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Lançado em 1982, "Blade Runner - O Caçador de Androides" demorou alguns anos pra ganhar o status de Cult. Não vou entrar muito neste mérito, pois já fiz a resenha sobre o mesmo, explicando a importância dele pro cinema. Enfim, há diversos anos o diretor Ridley Scott tentava fazer uma sequencia que fosse digna do original, e como o mesmo possui uma agenda sempre muito cheia, passou a tocha pro excelente Denis Villeneuve (que foi indicado ao Oscar deste ano por "A Chegada"). Quem já conhece bem a filmografia deste cineasta ("Os Suspeitos" e "Homem Duplicado", são exemplos, além do já citado), sabe que não existe nome melhor do que ele para assumir o posto.  

Blade Runner 2049 : Foto Ana de Armas, Ryan Gosling

A trama tem inicio exatamente 30 anos depois do longa antecessor, onde vemos o agente K (Ryan Gosling, de "La La Land"), trabalhando como caçador de androides foragidos. Só que em uma das suas missões, ele acaba esbarrando com um contratempo (pelo qual não vou entrar no mérito aqui), que o leva a uma busca ao antigo agente Rick Deckard (Harrison Ford), que se desligou de todos após os acontecimentos da primeira película.

Blade Runner 2049 : Foto Harrison Ford

Primeiramente começarei destacando a maravilhosa direção de Denis Villeneuve (que provavelmente vai render sua segunda indicação ao Oscar), que procura mais explorar os ambientes e situações como forma de narrativa, dispensando o recurso autoexplicativo. Em determinadas sequencias ele usufrui apenas som do ambiente junto as falas dos personagens, e só depois insere a trilha sonora pra terminar o arco (que é composta pelo Hans Zimmer). Partindo para a fotografia de Roger Deakins, ela remete e muito ao clima de poluição e deterioração do planeta (que já foi mostrado no de 82). Tudo isso fica muito mais enaltecido quando você opta por uma sala de qualidade (no meu caso, a tecnologia IMAX só ajudou, mesmo o 3D não sendo muito importante). Agora entrando no mérito do roteiro de Hampton Fancher (do primeiro "Blade Runner") e Michael Green ("Logan"), ambos pegaram a essência do livro de Philip K. Dick, com algumas pontas soltas que haviam no primeiro filme e trataram de aborda-las de forma que não fugisse do estilo "pseudo-real" que aquele apresentou. Temos algumas meras questões reais levadas em pauta, como a de estarmos cada vez adeptos ao "namoro virtual" e que muitos de nós, não aceitamos dividir nossas "terras" com outras pessoas. 

Agora partindo pra quesitos de atuações, enquanto Gosling nos transpõe toda a sensação que seu personagem ta sentindo perante tudo, ele tem a cena roubada em grande parte por Ana de Armas ("Cães de Guerra"), que serve pra representar o alivio que ele não só ele, mas como todos nós salientamos ter na vida, além de ser a personagem mais interessante. Harrison Ford ainda demonstra que mesmo depois de voltar a viver Han Solo, tem pique pra aguentar a voltar pra outros papéis no estilo (ele continua correndo, lutando como um jovem ator, e em 2019 volta como o Indiana Jones). Já quando chegamos ao que o Jared Leto fez, digamos que ele aparece um pouco menos que em "Esquadrão Suicida", mas divergindo deste, seu personagem aqui é bastante interessante e enigmático. Quem assistiu a série "Black Mirror" (o episódio San Junipero), irá notar a presença de Mackenzie Davis, onde mesmo aparecendo pouco, ela possui uma sequencia especifica com Ana de Armas, que foi uma das melhores coisas neste filme e não vai sair da cabeça do espectador tão cedo. A vilã interpretada pela Sylvia Hoeks consegue ser outro ponto forte do longa, pelo qual facilmente já conseguimos cair em contradição com ela.

"Blade Runner 2049" é literalmente uma verdadeira obra prima, que assim como "Mad Max: Estrada da Fúria" foi em 2015, este sem duvidas é um novo sinal que obras dos anos 80 podem sim serem continuadas, se forem abordadas da forma correta, sem manchar a imagem do primeiro. RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sábado, 7 de outubro de 2017

REI ARTHUR - A LENDA DA ESPADA

Rei Arthur - A Lenda da Espada : Poster

Não é novidade pra ninguém que a lenda do Rei Arthur, foi contada diversas vezes pelo cinema. Pra mim a melhor até o momento, foi a executada por Antonie Fuqua ("Invasão a Casa Branca"), em 2004, com Clive Owen no papel do mesmo. Neste ano, foi lançada mais uma versão, mas dessa vez contada por Guy Ritchie (que há anos tentava dirigir este projeto), com Charlie Hunnam no papel central. Mas divergindo das outras versões, o roteiro de autoria do próprio Ritchie, em parceia com Joby Harold e Lionel Wigram, pega a fantasia de "Game Of Thrones" e o universo Gangster do primeiro (como "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes" e do próprio "Sherlock Holmes") e joga no enredo da lenda da távola redonda. E sim, aqui não temos o Mago Merlin. 

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Não vou entrar muito no mérito da história, pois todos já conhecem desde sempre mesma, então partirei direto para críticos dessa adaptação. A começar pelo roteiro que se preocupa e demais em retratar o visual gritante e fantasioso, deixando a trama pra segundo plano. Tudo soa muito banal e cansativo, e em tela tudo fica extremamente CHATO! Como se não bastasse, ainda temos um Jude Law (que interpreta o vilão Vortigern) em uma das piores atuações da sua carreira. Claramente ele tava ali forçado e para isso usava e abusava das caretas em cenas dramáticas e de ação (e pior que ele é um ótimo ator!).  Já seu contraponto, que é vivido por Hunnam, é basicamente um "Sherlock Holmes" na távola redonda. O cara era um gênio das estratégias e do crime, e mesmo sendo um caractere bom, não tem como gostarmos do mesmo a ponto de torcer pra ele. Nem os arcos dramáticos são suficientes pra isso. 

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Agora partindo para a direção do Guy Ritche, apesar dela estar bem no estilo habitual de seus longas antecessores (a câmera desenfreada, com closes constantes nos rostos dos atores, durante diálogos importantes pra narrativa), digamos que ele andou tendo algumas sérias conversas com o Zack Synder, pois ele muda seu estilo de narrativa exatamente perto da sequencia de batalha final, onde mais parecia um filme deste do que o próprio Ritche (alguém me explica, pra que tanto CGI, em uma história tão simples?!!?).

"Rei Arthur: A Lenda da Espada", é um longa pobre, que se aproveita dos efeitos visuais e do recurso 3D, pra cativar o público menos exigente, enquanto quem já conhece a história do Rei Arthur e entende de cinema, fica realmente revoltado com o andamento da trama. EVITE! 

Nota: 4,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

IT - A COISA (2017)

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Depois da decepção que foi a adaptação para as telonas de "A Torre Negra", quase um mês depois foi lançado um longa digno do autor Stephen King, "It - A Coisa" (que serviu de inspiração para diversos longas como "Conta Comigo" e a própria série "Stranger Things" (cujo um dos atores, Finn Wolfhard, faz uma das crianças aqui). Sim, demorei pra ver esse filme mais por questões de tempo hábil, e porque também queria ter conferido antes ao clássico telefilme de 1990. Devo dizer de forma bastante "banal", que "a espera, valeu a pena!". 

A história gira em torno de um grupo de crianças, que são conhecidos como o "Clube dos Perdedores", onde são  aterrorizados por uma estranha criatura na forma de palhaço, chamada Pennywise. Enquanto no longa de 90, tínhamos constantes intercalações com os personagens na fase adulta e quando crianças, aqui vemos eles apenas como crianças (já adultas, ficará para a sequencia, que será lançada em 06 de setembro de 2019). 

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Divergindo completamente com a caracterização original do Pennywise (feita por Tim Curry), a versão de Bill Skarsgård ("Atômica"), contou com um massante auxilio de efeitos visuais e maquiagem e chegou realmente a assuntar em alguns arcos, graças a competente direção de Andy Muschietti ("Mama"), que faz questão de explorar bem o cenário pra depois lançar um susto de forma repentina. Quem cresceu nos anos 80, vai pegar algumas referencias que o filme faz da época, facilmente (seja com citações de alguns filmes, ou bandas) devido aos easter-eggs criados. Isso sem contar, alguns momentos chaves, onde ele literalmente recriou os mesmos aqui e ficaram ótimos!

Claro, não é um filme assustador e etc, pois o arco central envolvendo o "Clube dos Perdedores", sem sombra de duvidas acaba deixando o longa mais engraçado, devido ao comportamento politicamente incorreto das crianças. Cada uma delas é apresentada e guiada de forma que nos importemos com cada uma, onde o destaque vai mesmo para Sophia Lillis (Bervely), cujo além de ter o arco mais pesado e polemico da trama, faz o espectador ter mais interesse sobre o rumo de sua personagem, do que qualquer outro.


Como infelizmente quando se passam várias semanas, os cinemas dão preferencia para as versões dubladas e que foi o caso aqui, e inclusive a mesma não estava boa! Mas ao termino da sessão, tive a certeza de que felizmente o gênero de horror não está morto, onde mesmo tendo algumas situações habituais do estilo, se cair em mãos certas, pode se tornar um divertido longa que adapta um dos livros mais famosos de Stephen King, deixando no esquecimento suas últimas péssimas adaptações. RECOMENDO!

Nota: 9,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

terça-feira, 3 de outubro de 2017

MÃE!

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Há cerca de dois meses assisti pela primeira vez ao clássico "Donnie Darko", onde até a última semana, era o filme mais louco que já assisti na vida (e olhem que já vi aos clássicos do Kubrick e "O Homem Duplicado"). Mas não imaginava que o novo longa de Darren Aronofsky ("Cisne Negro"), "Mãe!", assumiria este posto por um curto período de tempo. Esse é mais um daqueles longas, onde o diretor tenta focar no máximo de detalhes, em cada cena, onde o este enaltece a mensagem que seu enredo quer passar.

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A principio, somos apresentados aos personagens de Jennifer Lawrence e Javier Barden, que não possuem nomes (mas que nos créditos são mencionados como Mãe e Ele, respectivamente), mas sabemos que são um casal, que está enfrentando uma crise no casamento. É ai que eles recebem a visita do casal vivido por Ed Harris e Michelle Pfeiffer (que assim como os citados anteriormente, são citados apenas como Homem  e Mulher), pelos quais suas atitudes começam aos poucos abalar ainda mais a vida do casal.

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Nos primeiros 20 minutos da narrativa, da pra se entender tranquilamente o que esta acontecendo. Porém a medida que a narrativa de Aronofsky vai pegando impulso, a coisa se complica. Ele procurou relatar a história totalmente na perspectiva da personagem de Lawrence, onde se a câmera não ta acompanhando os passos dela (sempre filmados atrás de seu ombro), ta focando em seu rosto, onde aos poucos acompanhamos sua deterioração perante cada surpresa que ocorre em sua residencia. Não irei citar muito sobre quais "surpresas" ocorrem, pois a grande sacada é você entender qual o verdadeiro significado deste longa. Pra se ter uma noção, os diálogos são somente pro essencial pra narrativa, e grande parte do longa é envolto a gestos (nunca acompanhados de trilha sonora) e atitudes dos personagens na casa. Agora quem acaba roubando a cena (mesmo aparecendo pouco), é a veterana Michelle Pfeiffer (que provavelmente vai acabar faturando o Oscar de coadjuvante por este papel), pois sua expressão consegue ser a única páreo em cima do carisma de Lawrence (que pra variar, talvez acabe sendo indicada pro Oscar, mais uma vez). 

"Mãe!" é um filme enigmático, onde não sei porque diabos ta sendo vendido como um longa de terror, onde o que é visto aqui não é nada horroroso ou assustador (a não ser que você não consiga entender ou refletir absolutamente nada do que aconteceu). Já deixarei bem claro que se você for ver este filme, e ficar mais preocupado com verificar suas mensagens de "Whats app" e "Facebook", vai entender absolutamente nada do filme e vai só pegar ódio do mesmo. Agora se for com a mente aberta, e atento aos detalhes, com certeza verá que essa é a obra prima que o cinema precisava.

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet


NESTE PARAGRAFO IREI EXPLICAR O QUE EU ENTENDI DO LONGA (SEM DETALHAR O MESMO POR COMPLETO), ENTÃO LEIA POR SUA CONTA E RISCO:

      A principio demorei para sacar que a narrativa de Aronofsky é nada mais, nada menos, do que uma forma diferente de adaptar a história da Bíblia. A protagonista, nomeada como Mãe, se refere a própria Mãe Natureza, e o seu marido, ao Deus Todo Poderoso. No prólogo vemos ele colocando uma pedra em um comodo da casa, onde aos poucos a mesma vai se curando de um fogo que fora vitima. Esta representa a criação de Deus sobre o nosso planeta terra (que representada pela própria casa em que se passa o filme), inclusive a da Mãe Natureza. Algum tempo depois a visita "repentina" do casal, significa o surgimento de Adão e Eva, no mundo. A medida que as confusões vão rolando, outras passagens vão ocorrendo em cena, como a de Abel e Caim, a Arca de Noé, Nascimento de Jesus e o começo do mundo drástico atual em que vivemos. E o liquido que a Mãe Natureza toma, representa uma espécie de "recarga" pra natureza se segurar no mundo, assim como o sangue no chão do quarto significa o quanto o planeta não suporta mais as atitudes do ser humano.