sexta-feira, 30 de março de 2018

O MECANISMO

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Os dois longas de "Tropa de Elite" literalmente mexeram com a forma pelo qual o cinema nacional era visto. Com uma temática que englobava o quadro politico atual, os longas do diretor José Padilha acabaram se tornando o carro forte na forma de se fazer cinema no Brasil. Logo as portas de Hollywood se abriram pra ele, onde optou por fazer o remake de "Robocop" e a série "Narcos" para a Netflix. Pegando o embalo da tensa situação em que os brasileiros vivem, o diretor resolveu abordar uma trama BASEADA (conforme dito no inicio de cada episódio) nos bastidores da operação Lava Jato, da Policia Federal. Mas divergindo do recente "Policia Federal: A Lei é Para Todos", a série procura focar na retratação da personalidade dos policiais e dos empresários envolvidos (ou seja, todos os nomes dos envolvidos foram trocados, assim como os das empresas mencionadas. Mas quase nada do que se foi citado pelo mídia, mudou).

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Essa primeira temporada foi dividida em oito capítulos, onde temos como protagonistas os policiais Ruffo (Selton Mello) e Verena (Carolina Abras), investigando os problemas iniciais da operação. Enquanto o primeiro enfrenta uma série de problemas devido sua incapacidade mental, a segunda enfrenta diversos problemas com o ex-marido Claudio (Lee Taylor). Ambos se unem a outros policiais em uma investigação onde envolvem grandes presidentes de empreiteiras e renomados políticos nacionais. 

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As menções são claras a políticos como Lula, Aécio, Temer e Dilma (onde esta acaba sendo retratada de forma satírica em sua primeira aparição, onde ensaia um discurso sobre "ensacar vento"). Só que assim como os empreiteiros, nenhum deles é retratado como santos ou pessoas de bem, muito menos com seus nomes reais (como é uma série dita como baseada, é ai que muitas pessoas acabaram caindo em contradição), mas sim como corruptos. Nesses oito primeiros episódios os grandes destaques decaem para o doleiro Roberto Ibraim (Enrique Diaz) e o Presidente da Petrobrasil, João Rangel (Leonardo Medeiros). Ambos tem boas atuações, mas o primeiro é que acaba roubando a cena, pois ele sabe que está ferrado, mas leva tudo na zoeira, principalmente quando se depara com os personagens de Mello e Abras. Já estes possuem uma excelente química e atuação, onde parecem que são mesmo amigos de longa data, e logo nós acabamos se interessando pela trajetória da dupla. 

Partindo para a direção de Padilha, ele procura extrapolar os fatos pelos quais todos nós já conhecemos com base nas noticias relatadas pela própria mídia nesses anos todos da operação, ou seja, tudo que a série mostra, os brasileiros já estão cientes. Mas claro, aqui temos direito há algumas frases de efeito, discussões sobre "luta pelo poder" e outros afins que séries policiais possuem. Existem alguns ploat-twists que o diretor utilizou e que realmente funcionam, porém em alguns breves momentos a narrativa em off de Mello ou Abras sobre o que está acontecendo, serve meio de uma forma desnecessária em alguns momentos, pois nós acabamos de assistir aos fatos. Vale destacar que nenhum deles em momento algum escolhe um lado da esquerda ou direita pra enaltecer, pois aqui são trabalhados apenas fatos e nada mais aquém do que a batalha contra a corrupção. 

"O Mecanismo" é uma narrativa interessante inspirada em uma história pela qual todos nós já conhecemos e sabemos que não irá acabar tão cedo. Porém seu desfecho na série nos entrega uma vontade maior pela segunda temporada (mesmo estando cientes do que será mostrado).

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

JOGADOR NÚMERO 1

Jogador Nº1 : Poster

Steven Spielberg fez parte da história de quaisquer cinéfilos. Longas como "E.T" e "Jurassic Park", são alguns dos exemplos de histórias desenvolvidas por ele em meados dos anos 80/90, aos quais são re-assistidas por todos com carinho sempre. Mas de uns tempos pra cá, ele andou dando uma parada no estilo de ação/aventura, para focar mais no gênero de drama politico e histórias envoltas a cultura estadunidense. Porém há cerca de dois anos, com o anuncio de que a adaptação do livro de Ernest Cline seria realizada por ninguém menos do que o próprio Spielberg, a atenção envolta a produção veio a crescer, pois o enredo usa como easter-eggs diversas produções clássicas do próprio. Então depois de conhecer os atores Simon Pegg e Tye Sheridan na última edição da Comic Con Experience, chegou a hora de ver o tão aguardado filme. E claro de que o resultado não poderia ter sido mais simplório e não exito em dizer, que o filme se tornou facilmente o meu segundo favorito (acho que não tão cedo alguém bata "Interestelar").

O enredo se passa no ano de 2044, onde grande parte da população mundial entrou em um verdadeiro colapso, onde ninguém absolutamente liga pra mais nada envolto ao mundo real. O ser humano vive basicamente apenas dentro da realidade virtual chamada "OASIS", onde lá todos conseguem o que querem e quando querem (o que ta quase acontecendo no nosso mundo de uns tempos pra cá). Porém quando Halliday (Mark Raylance) um dos criadores do mesmo, morre, ele deixa avisado que escondeu três chaves dentro do jogo, onde quem conseguir encontra-las primeiro, herdará toda a sua fortuna e o universo de "OASIS". 

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O personagem central da trama vivido por Sheridan é tão amigável, que logo nos primeiros minutos já criamos empatia com ele (algo bastante padrão de Spielberg). O mesmo podemos dizer para os atores que vivem os seus amigos (Lena Waithe, Philip Zhao, Win Morisaki), e de seu interesse amoroso vivido por Oliva Cooke. Nestes Spielberg consegue explorar várias questões as quais a sociedade ainda possui o preconceito, mas de uma forma bastante "sigilosa", como o homossexualismo, deformações e o estrangeirismo. Todos eles acabam sendo abordados como caracteres comuns, e em momentos algum esses fatores são jogados para o público como "vitimismo" (algo que muitas outras produções andam fazendo).

Algo também que Spielberg soube fazer, foi a questão de dosar os momentos dentre o mundo real e o da realidade virtual. Ele retratou ambos de uma forma onde não acabamos torcendo pra ficar em um único apenas, e principalmente as sequencias de ação neles possuem um "começo/meio/fim". Agora as referencias que todos piraram ao vê-las no trailer, aparecem muito mais do que as vemos neste (não vou cita-las, pois parte da diversão é achar as referencias). 

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Não devo negar que o recurso 3D não se torna descartável neste filme, pois o mesmo é extremamente necessário e se você tiver a oportunidade de conferi-lo em uma qualidade máxima, que opte por ela (certamente o filme vai levar o Oscar de Efeitos Visuais, até o momento). Por questões de horário, acabei vendo a versão dublada, que estava muito bem realizada e não atrapalhou em momento algum.

"Jogador Número 1" realmente consegue ser um dos filmes mais divertidos já realizados nos últimos anos, pelo qual já digo que será extrema injustiça se não vê-lo figurado dentre os indicados ao Oscar na categoria de Melhor Filme, na próxima edição. Se você curte games e longas clássicos dos anos 80/90, certamente esse é seu filme! RECOMENDO!

Nota: 10,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet 

quarta-feira, 28 de março de 2018

MEDO PROFUNDO

Medo Profundo : Poster

Até alguns meses atrás eu não sabia da existência desse filme, muito menos me interessei ou pensava em abordar sobre ele. Mas devido há algumas conversas com uns amigos, acabei mudando de ideia. Longas de terror envolvendo tubarões chamam atenção de qualquer um, pois sempre acabam rendendo bons momentos, seja na forma trash de "Sharknado" ou na de uma unica atriz como em "Águas Rasas". O mais recente caso, batizado de "Medo Profundo" não chega nos pés do último, mas acaba rendendo bons momentos durante sua uma hora de tensão.

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Mas porque eu falei "uma hora de tensão"? Porque digamos que de inicio temos uma sequencia inicial onde o diretor/roteirista Johannes Roberts achou necessário apresentar as duas irmãs protagonistas Lisa (Mandy Moore) e Kate (Claire Holt), com suas personalidades padrões do gênero, onde a primeira é medrosa e insegura e a segunda é mais atirada e aventureira. Nisso vemos as personagens em suas férias no México em baladas, conversas informais e as relações com os crushs. Tudo isso poderia ser resumido em apenas cinco minutos, ao invés de cansáveis 30 MINUTOS! E já pular pro foco do filme, que é a dupla resolvendo seguir uma sugestão de passeio daqueles e se enfiar dentro de uma gaiola no mar, pra poder tirar fotos com tubarões. Só que obviamente que algo da errado, e as duas acabam indo parar no fundo do mar, cercadas pelos esqualos.

Medo Profundo : Foto Claire Holt, Mandy Moore

Tirando os minutos primórdios, Roberts demonstra que é um bom diretor, pois ele sabe mesmo criar um ambiente de tensão. Mesmo tendo duas atrizes que não são grandes coisas em atuação (sendo que o tempo todo elas narram o que tão fazendo, ou o óbvio com direito a diversas frases de efeito), ele conseguiu criar um enorme cenário claustrofóbico, assustador e tenso. Obviamente ocorrem alguns momentos que nós já prevíamos, mas existem outros que realmente da pra dar alguns jumps scares. Agora o grande destaque decai em cima da fotografia de Mark Silk, onde o visual de dentro do mar acaba sendo um ótimo deleite pros olhos.

"Medo Profundo" é um claro longa B de terror, que mesmo sendo bastante banal em alguns breves momentos, ainda consegue divertir fãs do gênero.

Nota: 5,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

sábado, 24 de março de 2018

EM PEDAÇOS

Em Pedaços : Poster

Vencedor do Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, para Diane Kruger, e indicado ao Palma de Ouro, o longa alemão "Em Pedaços" não conseguiu obter um destaque muito grande nos cinemas, muito menos nas premiações principais como o Oscar, a não ser no Globo de Ouro, onde faturou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Em um primeiro momento, a trama de Fatih Akin parece ser mais um sobre a perda e vingança. Só que a forma pelo qual ele opta trabalhar o enredo, é o grande diferencial e o faz ser muito aquém disso. 

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Katja Sekerci (Diane Kruger), é uma mulher que se casou com o ex-presidiário Nuri (Numan Acar) e logo após a saida do mesmo da prisão, ambos tiveram uma vida de redenção e comum, junto ao filho destes. Só que um dia estes acabam falecendo em um atentado, fazendo Katja ficar devastada e sem rumo em sua vida. 

Akin optou por separar o longa em três atos, em que são classificados por títulos (bem como os longas de Tarantino), onde cada um explora a depressão e devastação da protagonista mediante as situações datadas em cena. Não irei me aprofundar muito nisso, pois a graça na narrativa é ver algumas das surpresas que o roteiro do próprio Akin explora. Só digo que foi uma tremenda injustiça a atuação de Kruger não ser reconhecida em outras premiações, a não ser apenas em Cannes. A atriz consegue transpor tamanha tristeza e decadência de sua personagem, onde o público consegue sentir na pele todos seus sentimentos (não sendo necessário o recurso de narrativa lenta pelo diretor, que apenas procura focar constantemente no olhar da protagonista).

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"Em Pedaços" é um filme difícil de se assistir pelos mais sensíveis, não digo pelas cenas, mas sim pelos diálogos, que são extremamente realistas e impactantes em alguns pontos. Quem gostou de "Três Anúncios de Um Crime", com certeza irá adorar este longa.

Nota: 8,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quarta-feira, 14 de março de 2018

MARIA MADALENA

Maria Madalena : Poster

Não é de hoje que Hollywood tenta ressurgir produções bíblicas nas telonas. Tivemos nos últimos anos os reboots de "Noé", "Exodus" e "Ben Hur", que não renderam muito pros estúdios e dividiram opiniões do público e da crítica. O último nesta "retomada", "Maria Madalena", já chega aos cinemas envolto de algumas polemicas. A primeira é que o mesmo demorou um pouco pra sair, por conta de ser produzido pelo taradão do Harvey Weinstein, onde sua produtora logo tratou de vender os direitos para a Focus Features (removendo o nome do mesmo nos créditos de produtor), e segundo (e o mais óbvio), o enredo que aborda a mulher que por anos foi apontada como "a prostituta" pela igreja e foi marginalizada por muitos por conta disso, mas que no filme é tratada como uma apóstola de Jesus e influenciadora ao feminismo na época.  

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A história basicamente todos nós conhecemos, mas o roteiro da dupla Helen Edmundson e Philippa Goslett, procura tratar os últimos dias da vida de Jesus Cristo (Joaquim Pheonix), na perspectiva de Maria Madalena (Rooney Mara). Mas como se trata de um longa feito por Hollywood, obviamente que a própria trama em si contém diversos exageros em sua contextualização e no visual dos personagens. A começar que mesmo sendo uma ótima atriz, Mara não era a escolha ideal para o papel, pois nas condições climáticas e o local onde ela vivia e corria (não, ela não é ligada ao Tom Cruise), não favorecem o fato da personagem ser branca como a neve (confesso, que isso me incomodou durante boa parte). Fora isso ela tava bem no papel e obteve uma boa química com Pheonix (que já trabalharam juntos em "Ela", e hoje estão namorando). Quanto ao elenco de apoio, Chiwetel Ejiofor ("Dr. Estranho") ta bem como o apóstolo Pedro, já Tahar Rahim acaba roubando a cena em alguns momentos com o seu Judas, interpretado com um certo sarcasmo vilanesco. 

Maria Madalena : Foto Joaquin Phoenix, Rooney Mara

Mas a atuação de Mara ganhou um notório chamariz, pelo fato do diretor Garth Davis (que já trabalhou com ela em "Lion - Uma Jornada Para Casa") sempre optar por captar as expressões dela em momentos chaves do filme. Seja quando ela é convocada por Jesus para dar palavras de apoio para um grupo de mulheres, ou até mesmo quando este está tendo uma intensa troca de olhares com ela. Porém ele acaba errando um pouco quando se trata de abordar os sermões daquele, pois tudo soa como banal, pois é sempre acompanhado por uma música tipica e umas expressões completamente forçadas saindo de Pheonix. 

"Maria Madalena" com certeza chamará a atenção de muitos fieis aos cinemas, e sem duvidas foi lançado em uma época correta, pois além de a mesma ter sido reconhecida pelo Vaticano em 2016 como uma apóstola de Jesus Cristo, em datadas situações em que o mundo vive, é bom saber que agora até a Igreja tem mais um forte nome feminino.

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet.

terça-feira, 13 de março de 2018

ANIQUILAÇÃO

Aniquilação : Poster

Mesmo sendo protagonizado pela Oscarizada Natalie Portman, e tendo a direção e roteiro do ótimo Alex Garland ("Ex-Machina") "Aniquilação", acabou tomando o mesmo destino do recente "The Cloverfield Paradox" e teve seus direitos de distribuição vendidos para a plataforma Netflix (com exceção dos Eua, onde a própria Paramount decidiu cuidar do lançamento). Confesso que a principio achei que o estúdio estava ciente do fracasso eminente que o longa teria nos cinemas, e decidiu não perder tanto dinheiro passando a bola para o serviço streaming. Só que ao conferir o longa devo confessar que ele não é ruim como eu imaginava. 

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Baseado no livro de Jeff VanderMeer, a trama mostra a bióloga Lena (Portman), que trabalha como professora em uma Universidade e segue uma vida monótona, desde o sumiço do marido (Oscar Isaac). Quando o mesmo reaparece, ela percebe que existe algo muito estranho por trás de seu comportamento. Após este sofrer um incidente, ela acaba indo parar em uma área ultra-secreta, onde lhe informam que ela deverá se juntar a um grupo de cientistas para ir a "Área X", local no planeta terra em que foi cercado repentinamente por uma cúpula orgânica, batizada de o "Brilho". O propósito acaba não só sendo o óbvio de descobrir o que tem lá, mas sim o que ocorreu com os outros cientistas que foram até o local e nunca mais voltaram.

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O que mais chama a atenção no enredo, é o simples fato de ele conter apenas mulheres como personagens centrais (onde em quaisquer outros longas do gênero, os caracteres são masculinos), mas a construção das mesmas acaba caindo nos esteriótipos do gênero, onde temos a revoltada (Gina Rodriguez), a nerd (Tessa Thompson), a mandona (Jennifer Jason Leight), a medrosa (Tuva Novotny) e a heroína (Portman). Até ai o longa não foge muito dos padrões habituais, só que sabemos que Garland está ciente disto, porque ele procura abster o espectador com alguns diferenciais, que estão inclusos o visual do local (que é enaltecido pela fotografia de Roby Hardy) e a curiosidade constante em sabermos o porque de tudo que está acontecendo. Claro, que chega uma hora que o roteiro acaba apelando um pouco e apelando para tantos arcos, que nós chegamos a nos perder um pouco. Os últimos 30 minutos em especial o longa acaba beirando para uma questão meia complexa e filosófica, pelas quais não da pra se entender exatamente ao pé da letra, sem pensar mais um pouco aquém (como ocorreu com o recente "Mãe!").

"Aniquilação" é uma pedida interessante aos fãs de Natalie Portman, e os que curtem longas regados a tramas que parecem ser simples, mas que acabam sendo complexas além da conta. Se deveria ter sido exibido nas telonas, ao invés das telinhas? Bem, eu diria que compensaria até ser exibido em 3D, por decorrência das sequencias de dentro da cúpula, que acabam sendo um verdadeiro deleite pros olhos.  

Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

quarta-feira, 7 de março de 2018

A GRANDE JOGADA

A Grande Jogada : Poster

Aaron Sorkin é um roteirista que sempre teve a minha atenção. Premiado com o Oscar de roteiro adaptado de "A Rede Social", ele ainda foi responsável pelos roteiros de "Steve Jobs" (a versão de Danny Boyle) e "O Homem Que Mudou o Jogo". Seus textos sempre contém diversos diálogos pesados, ágeis e reflexivos sobre seus personagens, onde se você não tiver atenção mutua ao longa já perde o fio da meada. Em seu primeiro longa como diretor, "A Grande Jogada", ele também é responsável pela função que o consagrou, ao narrar mais outra história real.

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A trama é conta a história de Molly Bloom (Jessica Chastain), que sempre teve uma inteligencia notória e depois de sofrer um sério acidente em um campeonato de esqui na infância, teve de procurar novas oportunidades na vida. Ao entrar na fase adulta, ela começou a trabalhar em um escritório de advocacia durante o dia e ao anoitecer auxiliava um grupo de jogatinas de Poker, onde diversos famosos faziam parte. Só que depois de um conflito com o seu chefe, ela acaba resolvendo criar o seu próprio grupo de jogatina. 

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Assim como em "A Rede Social" o longa é intercalado com fatos do passado em que Molly mostra sua ascensão como controladora dos jogos de Poker, e do presente, onde ela está contando essa história para o seu advogado (Idris Elba), como forma de preparação para o seu julgamento. O principal fator nesta narrativa são os diálogos dentre os dois, onde a todo momento a primeira apresenta uma serenidade, onde o personagem de Elba (assim como o espectador) tenta a todo custo entender o porque daquilo. Mas a principal questão é de que, como se trata de um filme sobre Poker, como eu consigo entender tudo o que se passa, sendo que eu nunca joguei ou sei como esse jogo funciona? É ai que Sorkin mostra sua competência, pois ele deixa a própria narração em off de Chastain explicar o que está acontecendo na mesa, de forma que não chame o espectador de burro. Só por este fator, a indicação ao Oscar de roteiro adaptado ao mesmo já valeu.

"A Grande Jogada" não é só um longa sobre Poker, mas sim sobre uma mulher que tentou driblar o sistema de jogos com sua inteligencia, e que nunca desistiu de correr atrás de conseguir ganhar dinheiro em cima disso. 

Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet

OPERAÇÃO RED SPARROW

Operação Red Sparrow : Poster

"Atômica" chegou ao cinemas em agosto do último ano, trazendo no papel protagonista Charlize Theron como uma verdadeira "mulher bad-ass", algo que ela já havia mostrado anteriormente em filmes como "Mad Max: Estrada da Fúria". O longa passou meio em branco pelos cinemas, porém despertou bastante atenção na industria (não foi só "Mulher Maravilha" a grande ancora disso), que em meio a uma nova geração de filmes com protagonistas femininas, lança agora este "Operação Red Sparrow", com base nos fãs do citado primeiramente. Porém mesmo possuindo o mesmo estilo na narrativa, ele não possui um terço das sequencias de ação (se você achou que veria uma produção de pancadaria, pensou errado).

Operação Red Sparrow : Foto Jennifer Lawrence, Thekla Reuten

Baseado no primeiro livro da série de Jason Matthews, a trama mostra a bailarina Dominika Egorova (Jennifer Lawrence), que após sofrer um acidente que a impossibilite de dançar, ela acaba sendo escalada por uma escola de espionagem na Russia, onde os alunos são induzidos a usarem seu corpo e o sexo para obterem informações secretas das principais agencias de espionagem do mundo.

Lendo essa breve sinopse, parece que se trata de um verdadeiro longa pornográfico. Só que apesar de a narrativa do diretor Francis Lawrence (que já trabalhou com Jennifer nos últimos três "Jogos Vorazes"), conter bastante cenas de nudez e sexo, junto a uma enorme quantidade de violência gráfica, o contexto delas é deixado claro como se tratando de um jogo de poder, não sexual e gratuito. Nisso a atriz Jennifer Lawrence mostra que não possui pudor em realizar tais cenas, pelas quais acabam sendo o ponto chave de toda a trama. Seu elenco de apoio possui vários nomes de peso como Joel Edgerton, Matthias Schoenaerts, Jeremy Irons  e Charlotte Rampling, só que somente o segundo digamos tem um personagem interessante e que ganha mais destaque, enquanto infelizmente o primeiro inicialmente parece que terá um personagem congruente, mas nada vai mais aquém do genérico. Já os outros dois, estão lá por estar mesmo. 

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É ai que o roteiro de Justin Haythe ("Foi Apenas um Sonho") começa a ser o ponto mais critico de toda a trama, pois ele acaba exagerando na quantidade de informações e ploat-twits apresentados, sendo que alguns poderiam meramente terem sido apresentados de forma mais sucinta e breve (dentre outras palavras, rolou muito "tempestade em um copo com água"). Isso logo acaba sendo notado devido a cobertura com nomes de peso envolto a cenas pesadas sobre tais arcos, onde os mais desatentos logo não irão reparar.   

Apesar de conter alguns breves erros "Operação Red Sparrow" não deixa de ser um mero divertimento em uma tarde de domingo, onde nós acabamos esquecendo de sua projeção algumas semanas depois de conferi-la nas telonas.

Nota: 6,5/10,0
Imagens: Reprodução da Internet